Lembrei sem querer
Eu tinha que correr
Mas não era pra fugir.
Era muita vida querendo aparecer e
era a liberdade tentando não perder
espaço para os dias que passavam.
Pesavam.
Hoje corro pra esquecer
E pra chegar em nenhum lugar
Hoje corro pra acumular
Algo que nem consigo ver
Mas nunca é tarde pra lembrar
Que quando tudo isso acabar
Vou voltar a correr apenas por correr.
Depois de um longo tempo sem te ver
Nossa risada parece querer recompensar
O tempo que se foi
Eu vejo como a vida segue sem parar e
Algo que antes não imaginava que podia acontecer
Torna-se real.
Os anos passam e ainda estamos aqui
Uma cerveja pra ajudar a esquecer
Mas também para lembrar como chegamos bem até aqui
E apesar do medo de não enxergar além
E o receio de errar mais uma vez
Estamos bem.
De longe alguém vem se apoiar
Na velha amizade pra poder continuar
Com planos para poder sempre estar por perto;
Sei que o adeus nunca virá
Um forte abraço apenas para te lembrar
E que sempre vou estar por perto
Quando você precisar.
Somos apenas resultado do que nos cerca?
O instinto ainda fala mais alto?
Animais racionais?
Até onde vai a nossa liberdade?
E o que seria a liberdade?
Nem parece que eu tentei
tudo aconteceu sem meu controle
Ilusão coletiva
Ilusão pensar
Faltam-me palavras, Idéias e objetivos.
Meus poemas são frases de efeito, catados de beleza e profundidade.
Escrevo o vir a ser, não escrevo o sou.
Escrevo hipocrisia, escrevo faça o que eu digo, mas não o que eu faço.
Fecho os olhos e busco blocos de palavras perdidos no espaço,
Esperando serem encontrados e colocados na melodia.
Uma frase encerra meu pensamento.
Não há discussão, não há desenvolvimento.
Sobre o que quero falar afinal?
Sobre o que tenho conhecimento o suficiente pra expressar minha opinião e acreditar nela?
Isso é o mais difícil de tudo, acreditar no que se diz.
Mais difícil ainda é viver o que se diz.
A ilusão coletiva...porque coletiva? Porque ilusão?
Liberdade é algo difícil de entender.
O mundo é uma coisa doida mesmo. Consciências andando por ai, esbarrando umas nas outras, algumas sem olhar para cima, outras olhando de cima pra baixo.
O que eu faço não depende de mim, ou que eu sou não depende de mim.
Não escolho ser o que eu sou, simplesmente sou.
Sobre o que quero falar afinal?
O que me move, o que me inspira?
O que vale a pena ser dito?
O que vale a pena ser dito?
